quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

201...5


Começa agora a contagem decrescente...
Foi um ano cheio de tudo.
Que o próximo traga o mesmo ou, se possível, mais.
 Obrigada! 
 
 
 

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Efemeridade



Sei que um dia serei ninguém
e a lembrança de mim será
no esquecimento de alguém

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Porque...



Porque hoje foi um dia especial, um de muitos que se seguiram e de outros que hão-de vir.
Porque todos os dias nos sentimos assim!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

HH






"Me queimo em sonhos, tocando estrelas"
                                                    Hilda Hilst

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Carpe diem


Diletante sopro, que me anima,
sentido puro de insignificância
abismo de mim, profundo.
 
Sopro diletante, falácia construída de mim para mim,
círculo redondo e fechado, que estrangula e aperta.
 
Diletante sopro,
éter nauseado de brio, náusea de cor pintada
roxa, azul, negrume.
 
Sopro diletante,
 óvulo negro infecundo - ósculo gigante - vórtice-espectro -  portal sagrado
 
... Requiem.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Regresso


Regresso sempre a ti, ao teu abraço
ao teu amor, ao teu olhar.
Refugio-me em ti...
No teu beiral cravo as unhas e
recolho as asas.
Prende-me! Não me deixes voar!

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

À deriva




Por vezes apetece-me deitar os olhos e embala-los.
Outras, soltar-lhes as órbitas e vazá-los à deriva.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Ao vento...


Epigrafe!
Epigrama!
Epitáfio!
 
Eis-me como sou...em frases curtas e soltas.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Shangri-La




Quanto mundo cabe nos teus braços.
Quanto infinito cabe nos teus olhos.
E promessas nas tuas mãos...

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Point de fuite



Quando o véu da noite cobrir os meus olhos,
já não verás, amor, a minha luz.
Serei apenas um ponto em fuga no horizonte.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

O amor em estilo



Definição de amor: hipérbole, metáfora, paradoxo, sinédoque, catacrese,
alegoria, hipálage, oximoro e antítese. 

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Sol



Mandala da Luz do Sol e da Felicidade
Porque hoje o sol nos brindou,
porque não importa o frio, os problemas,
as finanças, os trabalhos, as tristezas, os desgostos, as saudades...
 

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Stella maris






"Deve existir algo estranhamente sagrado no sal: está em nossas lágrimas e no mar..."

                                                                                                                                                                                  Khalil Gibran

O mar, sempre o mar...
 
Saudade do seu cheiro e da sua vastidão,
do barulho das ondas e da sua cor esmeralda-safira.
Tanta saudade de ser estrela- do- mar!

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Sorriso




Penduram-se sorrisos em qualquer suporte e em qualquer formato.
Entrega gratuita.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Bagoa


Bágoa: pérola nascida de sentimentos avulsos, ordinários, quotidianos e imensos,
                 burilada por dor intensa provocada, sentida, suportada, nacarada de solidão. 

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Vintage...



Tenho uma pequena caixa
onde guardo as minhas relíquias,
antiguidades, estimações, amores, desejos e sonhos.
É uma pequena caixa de folha vintage,
simples, antiga e preciosa...
 
Ah ... e em forma de coração.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Era uma vez um reino...

 

"Amor não é envolver-se com a "pessoa perfeita", aquela dos nossos sonhos.
  Não existem príncipes e nem princesas.
Encare a outra pessoa de forma sincera e real,
exaltando as  suas qualidade, mas sabendo também dos seus defeitos.
O amor só é lindo quando encontramos alguém,
que nos transforme no melhor que podemos ser."
                                                                                                                                      Richard Bach
Acredito em príncipes e princesas...
Porque acredito, ainda, em contos de fadas,
 porque me sinto rainha,  porque tenho um rei
e
 um reino que perdura por três décadas.
Acredito, por isso, em príncipes e princesas...
 

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Anda o mundo concertado



No denso nevoeiro que bate no meu peito,
num esgar solitário,
rasgas-me o véu-penumbra que aniquila e espreme.
És  luz quente e viva -  esperança que ofusca, 
que semicerra  os olhos-cegos... 
Com  laivos de pincel de azul cintilante
derramas alegria a jorros...
voláteis e frágeis chispas incandescentes
...forjas-me a felicidade do devir.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Bendito seja o teu sorriso!



*


Creio que foi o sorriso, 
o sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.
 
                                         Eugénio de Andrade
 
*  O sorriso das asas flamejantes - Joan Miró - 1953

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Do amor...




Do urgente amor ao amor urgente...
é amor o que se sente.
Dádiva concomitante e permanente...
é amor o que nos prende.
 
São os beijos, as palavras, o sorriso,
as manhãs claras, o mar e o rio,
a alegria de ser e permanecer,
a vontade e a certeza de ser.
 
É urgente o amor. Mas, por vezes,  faz doer!



sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Ninho


Dei-lhe a vida.
O sorriso, a candura e até o feitio.
Especial, muito especial.
Vimo-la crescer, tornar-se menina e depois mulher.
Alimentamos-lhe desejos e sonhos.
Muitos... ainda por cumprir.
Mas vê-la construir o seu ninho
decidida num futuro que é dela,
faz crescer no peito a certeza dos passos dados.
 
Voa e sê feliz!

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

In vino veritas


 
Vesti-me de roupa elegante
Calcei sapatos de salto
Penteei-me com esmero
e pus batom na boca... vermelho.
Fiquei bonita.
Saí.
Mostrei-me ao mundo.
 
Voltei.
No camarim, o robe
pendurado atrás da porta.
Vesti-o.
Tornei à minha pele.
Fiquei só.
 
Dos cabelos tirei sonhos
Da boca palavras, beijos e sorrisos,
Dos olhos sonhos a cor pintados,
Dos dedos anéis de fogo torcidos.
Do coração alfinetes de dama rombos, feridos.
 
Num copo de vinho
Quente e rubro,
 mergulho, afogo-me e brindo...
À minha vida!

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Por dizer...




Em sufoco surdo cala-se o agudo grito
que arranha e fere a garganta.
 
Apagado o som, anulada a voz,
gritam aos olhos pingos embaciados de dor.
 
Cabe aos dedos limpar o rosto
e desenhar serenidade na muda boca.
 
Tanto fica por dizer...

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Foco



No desacerto de mim encontro compasso entre minha alma e eu.
E,  na métrica fixa da vida, o esteio da purga desenfreada.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Africando



Diz o meu nome

Diz o meu nome
pronuncia-o
como se as sílabas
te queimassem os lábios
sopra-o com a suavidade
de uma confidência
para que o escuro apeteça
para que se desatem os teus cabelos
para que aconteça.
 
Porque eu cresço para ti
sou eu dentro de ti
que bebe a última gota
e te conduzo a um lugar
sem tempo nem contorno.

Porque apenas para os teus olhos
sou gesto e cor
e dentro de ti
me recolho ferido
exausto dos combates
em que a mim próprio me venci. 

Porque a minha mão infatigável
procura o interior e o avesso
da aparência
porque o tempo em que vivo
morre de ser ontem
e é urgente inventar
outra maneira de navegar
outro rumo outro pulsar
para dar esperança aos portos
que aguardam pensativos. 

No húmido centro da noite
diz o meu nome
como se eu te fosse estranho
como se fosse intruso
para que eu mesmo me desconheça
e me sobressalte
quando suavemente
pronunciares o meu nome.

                                         Mia Couto

 

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Aos meus amores ...




Infinito: potencial, absoluto e actual.
Infinitivo: impessoal e pessoal.
 
Infinito infinitivo: Amar, amar, amar...

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Champagne


Assim se faz o caminho.
Cada pedra colocada no seu lugar,
com calma e paciência,
em busca constante de perfeição.
Colmatam-se fissuras, fendas, rachas ou faltas
com argamassa de solidez relativa, que, por vezes,
ao menor abalo ou tremor,
faz ruir a levada. E a esperança,
um terço da mistura alquímica do alicerce fabricado,
funde-se em líquido esquivo que escorre a fio no vazio. 
 Mas, nascer de novo e mais uma vez, 
 traz a vontade de mergulhar em espirais
de bolhinhas de ar que ...  fazem impressão no nariz!

domingo, 19 de outubro de 2014

Joana

Tantas estrelas no céu!
Sempre nasce uma nova,
que desce à terra em rastro fulgurante de luz para deleite de nossos olhos.
A nossa está a chegar!

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Libertas (mote)


O poder criador que vive na escrita,  solta na folha em branco,
riscos e pontos que traduzem  palavras do sopro divino que nos habita.
Por vezes nos liberta, outras... nos agrilhoa.  

"A poesia é o ponto de intersecção entre o poder divino e a liberdade humana." Octávio Paz

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Igualitas (mote)

Defendo a igualdade de raça, de género, de direitos, de princípios, de trabalho.
Defendo, por princípio, que somos todos iguais, com os mesmos direitos e deveres.
Defendo o princípio cristão que nascemos todos iguais perante os olhos de Deus e
que o Sol nasce igual para todos.
IGUAIS
Porém, gosto, subscrevo e recomendo: vive la différence.  

"Um dos aspectos da desigualdade é a singularidade - isto é, não o ser este homem mais, neste ou naquele característico, que outros homens, mas o ser tão-somente diferente deles." Fernando Pessoa

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Fraternitas (mote)



Toc, toc,
bates-me à pele,
pedes-me permissão para entrar...
nos olhos o carinho e
no sorriso o afago prometido,
o abraço apertado 
na carapaça da concha que me tornei.
 
Pressinto escorrer quente a seiva
do teu peito materno
que eu a espaços retorno.
 
Recebo-te,  mas, sem compromisso.




Verba


 
 

Em vermelho fogo sangue escrevo palavras...
 palavras não ditas,
proscritas, malditas,
palavras soltas de gritos mudos.
Foi tarde que comecei a falar...

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

De cor...

A vida tem cor. 
Contem em si pinceladas coloridas que avivam e abrilhantam estados de alma.
Que exprimem sentimentos em escala que podem ir de um negrume opaco e baço a um dourado reluzente e fulguroso,
passando por azuis e roxos de Sá-Carneiro,
 aos verdes e rubros de Cesário,
aos cinzentos plúmbeos e cerrados de Pessoa,
aos laranjas vibrantes e possantes de Van Gogh
 e aos matizes de Manet ou, ainda,
 aos múltiplos pontos de inúmeras cores de Seurat.
Mas, de que cor será um sorriso FELIZ?
Não há-de ser amarelo!

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Mi

Dias de reflexão, estes...
de mais um ano na (des)construção da minha pessoa.
Falta um terço do caminho, um terço de eu.
Boa! Já sou mi ...

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Dialogum

Num banco de jardim, dois amigos à conversa:
 
- Não sei se algum dia voltarei!
- Aonde?
- Ao lugar de onde vim. Do lugar onde marquei o horizonte para longe...
- Hás-de voltar, quando aprenderes de novo a voar.
 
E o menino da lapinha, com os seus olhos calmos e doces,
prendeu mais uma lágrima no seu coração.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Verbo



O Futuro é... a seguir ao Presente.
E o Presente segue-se ao Passado que  pode ter sido perfeito, mais-que-perfeito, imperfeito até.
Mas o tempo verbal que comanda tudo,
paulatinamente,
decididamente,
definitivamente,
é o Imperativo coadjuvado pelo Infinitivo.
Tudo simples e nem é preciso ir buscar o Conjuntivo.
Diz o poeta que o sonho comanda a vida...
Pois, tem dias...

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Vislumbre




A horas flébeis, outonais -
Por magoados fins de dia -
A minha Alma é água fria
Em ânforas d'Ouro... entre cristais...

Mário de Sá-Carneiro
 

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Devoçao


Agradeço-te, Senhor, Príncipe da Luz,
todas as dádivas conseguidas
de vida, de sangue, de amor.
Serei teu cordeiro todos os dias.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Sophia sempre...






                                   Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo
                                   Mal de te amar neste lugar de imperfeição
                                   Onde tudo nos quebra e emudece
                                   Onde tudo nos mente e nos separa.

                                  Que nenhuma estrela queime o teu perfil
                                  Que nenhum deus se lembre do teu nome
                                  Que nem o vento passe onde tu passas.

                                   Para ti eu criarei um dia puro
                                   Livre como o vento e repetido
                                   Como o florir das ondas ordenadas.


                                                                    Sophia de Mello Breyner Andresen, in “Obra Poética”

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Autobus do Olimpo

Saíu a horas.
Cronos nunca se atrasa. Como motorista é exemplar.
Encheu logo à partida. Muitos Sísifos e Hefestos, algumas Vênus, Pandoras e Helenas, poucos Apolos, duas Heras.
Alguns semblantes carregados. O silêncio corta. Só o frou-frou das vestes se ouve. Alguma tosse, porque o tempo está instável. Por vezes surge um traje mais arrojado, numa nova forma de prender os panos. Aparecem alguns ganchos engraçados nos cabelos teimosos de caracóis apertados.
Todos voltam dos seus trabalhos e os dias são iguais de segunda a sexta. Saio a meio da viagem. Estou de volta a Academia.
Aguardam-me epopeias, tragédias, romanceiros e estórias de encantar. Todo o teatro da vida que pulsa e vive nos livros. 
Sou uma pequena mortal de óculos que, numa metamorfose adiada e tardia, se deslumbra e transforma, crisálida que se vê grega para chegar a horas.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Noite

Vens de mansinho e instalas-te,
no ar corre, arfando, o teu cheiro inconfundível,
laivos de anil pintam-te de cor...
sentas-te,
com fitas compridas e laços apertados
envolves-me,
e
abraças-me,
no peito almofada envolvo os cabelos
em caracóis de cascata tumultuosa,
...sereno...
embalas-me com novenas de coro grego e
pintas-me olhos estrelados,
brilhos e fulgores antigos
e o pano de boca espanta-se
abre e fecha em respiro necessário
em suave tragédia feliz
em actos sucessivos até, apoteose final,
 um reconfortante sono dormido.


segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Africando...


 
"Aquela mulher que rasga a noite
com o seu canto de espera
não canta
Abre a boca
e solta os pássaros
que lhe povoam a garganta
"   
                                                                         Ana Paula Tavares
 
 
Imagem: "O grito silencioso" Elvira Méndez 

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

"Persistencia da Memoria"

E se o dia fosse noite
e a noite dia
e as manhãs tardes
e as tardes noites,
as noites o que seriam?
As horas, anos
os minutos, instantes...
o Tempo o que seria?

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Die pluviae

Se a tarde vier com laivos púrpura
 no roxo azul do céu,
esconde-te amor,  da ira dos deuses
que os tempos estão mudados e
em cascatas gorjeiam os males do mundo.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

F-E-L-I-C-I-D-A-D-E

E de repente, muitas vezes sem se anunciar, o céu cai-nos em cima, sem qualquer incómodo.
 Céu pela sua dimensão infinita.
 É tão avassalador o sentimento que só a grandeza do espaço cabe nele.
A perda de alguém, a doença, a pobreza, a injustiça, a crueldade, a indiferença, a solidão.  São tocantes os vídeos de animais altruístas e sábios, são chocantes as imagens que nos entram pelos olhos dentro de chacinas, de epidemias, de tempestades, de violência contra os indefesos e os ostracizados.
 Mas, até que ponto nos importamos?
O que toca é o episódio da novela em que morre um dos personagens, ou a fulana que dorme com beltrano, ou o famoso que  veio das berças e nem falar sabe mas agora é famoso, a opção sexual de alguém com que nos cruzamos na rua, o modo de vestir (se aquilo são propósitos!) ou as tricas da vizinhança ou do trabalho, quando o há.
Deixemo-nos de tretas!
O que nos importa verdadeiramente?
O que realmente interessa?!
Que o Sol continue a nascer e nós a acordar.
 Temos tanto medo... medo da morte que é certa, mas quanto mais tarde melhor e de preferência bem longe de nós, que fechamos os olhos ás cabeças que literalmente rolam, aos mortos que por força da guerra ou das epidemias ou das catástrofes se amontoam, e definitivamente cegos até  à felicidade de ter paz, saúde, uma casa, um cobertor ou uma tigela de sopa, um abraço, um beijo.
 Se não é felicidade, o que é?