Arquipélago: conjunto de ilhas próximas umas das outras
A propósito de ilhas, sejam elas de que tipo forem, apraz-me a ideia de um conjunto de ilhas, independentes, de feitios diversos, metafísicas ou reais, inexploradas ou com praias magníficas, rodeadas de uma névoa que as transforma em míticas. Poder sair de uma ilha e visitar a ilha mais próxima, ou outra mais acolá, só porque sim ou porque um amigo mora lá e dá-nos um abraço caloroso ao chegarmos e esse calor humano é mesmo o que nesse momento precisamos e nos sabe tão bem, ou outra ainda, mais distante, onde do alto de um promontório abarcamos o deserto que nos circunda e a esmagadora visão do horizonte nos reduz a um ponto insignificante, embora façamos parte de um cosmos de força e de luz.
A busca da "nossa" ilha é uma aventura fantástica. Implica levar na bagagem tudo aquilo que nos faz falta, menos aquilo que nos pesa, nos consome, nos mata e corrói, como que nos ancorando num porto imaginário do qual nunca chegaremos a partir.
Mas, o que levar connosco? Da nossa vida até aqui, o que levar?
Eu levaria uns olhos enormes de espanto, um coração cheio de esperança, umas mãos abertas ao infinito e, talvez um livro, sim sem dúvida um livro mas, um livro em branco, porque quem iria escrevê-lo seria eu.
E a minha ilha era a ilha mais bonita: teria estrelas, conchas, pedrinhas, areia dourada e fofa, flores, pássaros, árvores, sol e lua e um enorme baloiço de corda para que pudesse tocar o céu...ou voar.