sábado, 31 de maio de 2014

Anghel


Na minha tristeza triste escorre o silêncio da penumbra
que esgota em mim os gritos e urge chamar os fantasmas e as bestas.
- Preferia não!
Lançar dados ao acaso e construir a espera, a decisão.
- Há tanto tempo que estamos aqui!
- Não sei se tome um Valdispert ou desfrute de um bom copo de vinho! 



sexta-feira, 30 de maio de 2014

Cativa


Surpreendo-te nos olhos brilhos... maravilhas-me
Fervem-te nas mãos ternuras,  entrelaças-me nos dedos estrelas
Compassas-me a vida no peito, pintas-me sonhos no horizonte,
surpreendes-me num beijo... rendo-me!

terça-feira, 27 de maio de 2014

Sinistro





Entre o desacerto do dia e o aluvião da noite,
sou o raio que corta o céu e rasga a carne de onde par(t)iu...

domingo, 25 de maio de 2014

Semper


Por baixo da tua pele e em cada poro
respiro odores e exalo fragâncias que 
em primaveris estios floresceram
e  nos outonos gentios da vida
permanecem indeléveis. 
Imprimimos vida e tatuamos paixão.
Gravamos amor para sempre!

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Starlet




Abre os braços de par em par e 
abraça-me até ao infinito,
faz-me estrela brilhante, faz-me celestial 
e prende-me ao firmamento dos teus olhos
para que, de dentro do teu coração, 
vejas... o quanto me fazes bem.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Muros


Existem muros
altos, baixos e até pequenos.
Existem muros
de pedra, de cimento, de ferro e até de papel.
Existem muros
que se saltam, que delimitam, que cercam,
existem muros que fecham,
isolam, protegem, agridem.
Existem muros 
que servem de aviso,  notícia, convite e 
muitas vezes de
grito.

Mas existem muros, amor, intransponíveis
que eu não consigo mover!

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Apesar do sol que brilha...




UM POEMA QUE SE PERDEU

Hoje o dia é um dia chuvoso e triste 
amortalhado 
Naquela monotonia doente dos grandes dias. 

Hoje o dia... 
(a pena caiu-me das mãos) 

Acabou-se o poema no papel. 
Cá por dentro 
Continua... 

Oh! este marulhar das almas no silêncio! 

FERNANDO NAMORA, in RELEVOS (Coimbra, 1937)

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Pedra

Nasci pedra... rústica
Cresci pedra...arredondei-me
Sou pedra...multi facetada,
porém... continuo pedra!

Morrerei pedra...

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Concha


Para que fosse tua, 
galguei montes e vales,
atravessei oceanos,
vesti-me de lua.

Para que fosses meu,
cruzaste continentes,
abdicaste de futuros,
horizontes de oriente-céu.

Para que fossemos nós,
ancoramos em porto-abrigo
fecundos amantes, amigo

E em leito que se fez foz,
na nossa concha de arminho
continuamos,  amor, em uníssono.