sexta-feira, 19 de setembro de 2014

F-E-L-I-C-I-D-A-D-E

E de repente, muitas vezes sem se anunciar, o céu cai-nos em cima, sem qualquer incómodo.
 Céu pela sua dimensão infinita.
 É tão avassalador o sentimento que só a grandeza do espaço cabe nele.
A perda de alguém, a doença, a pobreza, a injustiça, a crueldade, a indiferença, a solidão.  São tocantes os vídeos de animais altruístas e sábios, são chocantes as imagens que nos entram pelos olhos dentro de chacinas, de epidemias, de tempestades, de violência contra os indefesos e os ostracizados.
 Mas, até que ponto nos importamos?
O que toca é o episódio da novela em que morre um dos personagens, ou a fulana que dorme com beltrano, ou o famoso que  veio das berças e nem falar sabe mas agora é famoso, a opção sexual de alguém com que nos cruzamos na rua, o modo de vestir (se aquilo são propósitos!) ou as tricas da vizinhança ou do trabalho, quando o há.
Deixemo-nos de tretas!
O que nos importa verdadeiramente?
O que realmente interessa?!
Que o Sol continue a nascer e nós a acordar.
 Temos tanto medo... medo da morte que é certa, mas quanto mais tarde melhor e de preferência bem longe de nós, que fechamos os olhos ás cabeças que literalmente rolam, aos mortos que por força da guerra ou das epidemias ou das catástrofes se amontoam, e definitivamente cegos até  à felicidade de ter paz, saúde, uma casa, um cobertor ou uma tigela de sopa, um abraço, um beijo.
 Se não é felicidade, o que é?

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