Quero fazer ninho no teu peito vazio, deitar-te no meu colo e afagar-te,
soprar-te ao ouvido canções de embalar, mimar-te o mais que possa,
como se me morresses nos braços e fosse eu o teu único amparo
beijar-te!
morder-te! remorder-te!
tocar-te!
sentir no teu corpo quente em brasa, o rio que me percorre,
sedento de uma foz onde desague, se espraie e se funda,
esvaíndo-se em êxtases de arco-íris
abraçar-te!
açambarcar-te!
cingir-te a mim!
fundir-me em ti!
mergulhar nos teus olhos de água, cristalinos, opalas iridescentes...
voar do teu peito em queda livre para o abismo,
que nos suga,
que nos acorrenta
à condição de não-ser,
e a percorrer o caminho
como eternos errantes do cosmos...
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