quarta-feira, 29 de julho de 2015

O carvalho e a papoila



Na sobriedade dos sentidos
no pasto salpicado de pontos coloridos
no ébrio verde da paisagem
ergue-se erecto um carvalho
imponente, majestoso de copa frondosa
abraçando o céu, colhendo estrelas,
servindo de berço à lua, olhando alto, de cima.
Uma papoila de caule fino,
pernalta, presa à terra, frágil,
verga-se  hirta ao vento, à brisa
e na sua simplicidade olha o carvalho
imponente, sábio.
Que loucura,
uma papoila apaixonar-se por um carvalho.
Que loucura,
o carvalho olhar para uma papoila.
Se amam e no silêncio
partilham solidões.
 

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