Hoje atropelei-a.
Andava a chatear-me. De manhã vi-a a espreitar ao espelho. Lá vinha ela com os seus cabelos ondulados em desalinho. Triunfal.
Ignorei-a. Voltou a escolher-me a roupa. Deixei.
Por vezes deixo-a tomar conta de mim, ás vezes mima-me. Diz-me exactamente o que quero ouvir.
Sabe tão bem!
Outras vezes irrita-me solenemente.
Odeio-a!
Odeio! Odeio!
Quem pensa ela que é!
Por vezes dou com ela sentada a olhar para mim e a rir-se com aquele sorriso malandro do tipo estou a ver-te, sei o que estás a pensar.
Mando-a embora mas volta sempre.
Quando menos espero lá está ela a espreitar-me.
Mas hoje atropelei-a.
Vinha a correr para entrar no escritório e de repente voltei-me... sem dar conta esbarrou em mim.
Caiu.
Olhei-a sem remorso e sem pena. Deixei-a ficar ali.
Só tive de compor o meu vestido, que por sinal até me fica bem e foi ela que escolheu.
Durante uns dias andará zangada...
Bem, aqui está aquela poética magnífica que eu acho extraordinária!!!
ResponderEliminarADOREI!!!!!
Está verdadeiramente excelente!!!
Entre eu e o Outro, quem ganhará? Beijos