quinta-feira, 15 de outubro de 2015

E se?...

À beira mágoa escrevo.

Em corrente forte, árdua,
em catadupa torrente que
rasga e fere, furiosa
sulcos térreos  bolbosos,
torrões grossos de lama opacos,
disformes, errantes - minha Alma pura.

E as palavras cavalgam letras e açoitam sentidos.
Esporam ânsias. Acoitam. Secam. Jazem mortas.

E a casa quieta ... erma
cresce e transporta o medo da solidão profunda...

E se?...
E se este não for o caminho?
E se esta não for a vida?
E se este não for o sentido?

Sinto uma leve brisa.
Sussurram-me ao ouvido:
- Hei-de fazer-te voar! Não. Não estás sozinho!

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