Sabes...
às vezes o vento sussurra-me ao ouvido
palavras que penso não conhecer,nunca as ouvi mas, sinto-as,
como se a língua estranha em que são proferidas
me seja inata, mãe, ancoradouro, porto-abrigo.
A ladainha me embala e acolhe
em rochedo liso de água tépida, útero aconchego-inicial.
O principio o meio o fim, tudo converge,tudo se une, (re)une, unifica, cerne.
E o corpo balança, cede, dança e os cabelos são folhas
e os olhos estrelas e a boca fruto e os braços ramos e as pernas tronco
e os pés raízes que perfuram a terra e crescem,
espalham-se e sorvem a seiva profícua da origem.
Sou...
Semente, sémen, ovo, óvulo, célula,
fragmento, parte, todo, nada...
Spiritus
Sem comentários:
Enviar um comentário