segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Vazio


A casa ficou vazia.
Pelas paredes escorre o silêncio forrado a papel.
Emparedados, os sonhos jazem em figuras fantasmas que deabulam pelo corredor.
Nas janelas espreitam raios de luz que penetram na fina névoa que parece nascer no ar.
Oiço o crepitar da lareira.
Sentada no sofá comtemplo as chamas que se retorcem e lambem os toros
que estalam os vestígios da seiva que os habita.
Navego nas imagens que se desenham na minha mente.
Pinturas fantasmagóricas crescem na tela que interpreto...
Procuro semelhanças, simetrias, perfis, desenhos que moldo e dou vida.
Registos  acásicos do que se passou, ou futuros premeditados, pressentidos?
São! Imagens! Momentos! Factos! passados, presentes, futuros...
Eram! Instantes... Fugazes... Foram!
A campainha tocou. A porta abriu-se. A casa encheu-se.
O coração descansou.

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