terça-feira, 31 de julho de 2018

Andorinhas



Daqui,  onde me prendo,
doo a quem parte os meus olhos
para que ganhem asas,
e soltos sorvam o mundo,
obliterando o desconhecido,
coleccionando memórias de tempos idos,
ouvindo pedras que calam testemunhos
sofrimento, horrores, sangue... uma pátria júbilo
por cima das mortes, epifanias, loucuras, guerras, teimosias...
e de regresso, 
tragam a certeza de serem maiores,
maiores que o seu tamanho,
prenhe da riqueza do tanto que viram e,
como duas boas meninas,
voltem feito andorinhas.


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