quinta-feira, 7 de maio de 2015
Que foi feito do poeta?
O silêncio instalou-se ...
construiu uma parede sólida
tijolo sobre tijolo
de argamassa dura e crua
que cimenta e interdita as
palavras que não gritas, que não ditas,
mortas, abortadas, caladas,
esganadas pela mão que recusa
fazê-las nascer à luz da tinta escura.
Verbo mudo que inaugurou
a solidão das letras
que na folha branca e virgem permanece,
profundo vazio que emerge
e toma conta, cresce e alastra
fumo escuro de tristeza,
órfão pensamento codificado,
recluso coração oprimido nas grades do peito
sem língua, sem pátria.
Ausente. Mudo. Amorfo. Morto.
Despatriado poeta, o que foi feito de ti?
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